sexta-feira, 27 de abril de 2012

Encarno o Semeador



Parte do poema de Aleksandr Púchkin (1823)

"Eu semeador, deserto afora,
da liberdade, fui com mão
pura lançar, antes que a aurora
nascesse, o grão que revigora
nos sulcos vis da escravidão.
Mas todo o esforço foi em vão:
joguei vontade e tempo fora.

Pasce, pois eu te repudio,
ralé submissa e surda ao brio.
Libertar gado é faina ingrata,
pois gado se tosquia e mata.
Herda, por gerações a fio,
canga, chocalhos e chibata."

Nenhum comentário:

Postar um comentário