Deus é tão bom, que, a cada dia, me exercito em perceber os seus milagres, em tudo e em todos.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Fraseando...
Deus é tão bom, que, a cada dia, me exercito em perceber os seus milagres, em tudo e em todos.
sábado, 28 de agosto de 2010
A igreja e seu relacionamento com o mundo
Pastorial de: Rev. Hernandes Dias Lopes
Li algures que alguém foi procurar a igreja e a encontrou no mundo; foi procurar o mundo e o encontrou na igreja. A igreja é um povo chamado do mundo para ser enviada de volta ao mundo como luz do mundo. A igreja está no mundo, mas o mundo não pode estar na igreja, assim como a canoa está na água, mas a água não pode estar na canoa. Jesus, em sua oração sacerdotal falou-nos sobre essa relação da igreja com o mundo. Vamos mencionar aqui três pontos que Jesus destacou:
1. A igreja não é do mundo (Jo 17.14). “… o mundo os odiou, porque eles não pertencem ao mundo…”. A igreja de Deus não procede do mundo, por isso é odiada pelo mundo. Nascemos de cima, do alto, de Deus, do Espírito. O céu não é apenas nosso destino, mas também nossa origem. Somos estrangeiros e peregrinos no mundo. Aqui não é nosso lar permanente. Não podemos amar o mundo, pois aquele que ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Não podemos ser amigos do mundo, pois quem quiser ser amigo do mundo, tornar-se-á inimigo de Deus. Não podemos nos conformar com o mundo para não sermos condenados com o mundo. É uma tolice, portanto, pensar que vamos conquistar o mundo imitando o mundo. Devemos viver uma contracultura. Devemos viver aqui como filhos da luz, como cidadãos dos céus.
2. A igreja é guardada do mundo (Jo 17.15). “Não oro para que os tires do mundo, mas sim, que os livres do mal”. Não somos eremitas que se escondem em mosteiros. Não somos tirados geográfica e fisicamente do mundo. Somos guardados no mundo e do mundo. Nosso ministério acontece aqui. Nossa luta é travada aqui. Estando no mundo, somos a luz do mundo. Vivendo aqui, somos o sal da terra. Não somos arrancados do mundo, mas protegidos do maligno, o príncipe do mundo. O mundo sempre irá nos odiar, porque não pertencemos ao mundo como Jesus não o pertence. Porque o mundo odeia Jesus, ele também odeia a igreja, porque Jesus está na igreja e com a igreja. Não obstante, sermos alvos do ódio do mundo e dos ataques do maligno, nós não precisamos temer, pois somos guardados e protegidos por Jesus. Não estamos envolvidos numa missão de risco. Não entramos nessa peleja com a possibilidade da derrota. Já somos mais do que vencedores em Cristo Jesus. Nossa segurança está nas mãos daquele que criou o universo e sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder. Nele vivemos, nos movemos e existimos.
3. A igreja é enviada de volta ao mundo (Jo 17.18). “Da mesma maneira como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo”. A igreja não é do mundo, é chamada do mundo, é guardada do mundo, santificada no mundo e enviada de volta ao mundo como testemunha de Cristo. Assim como Jesus desceu do céu e se fez carne e habitou entre nós; assim como Ele se inseriu no meio dos homens, também, devemos estar presentes no mundo, não para sermos assimilados pelo mundo, amar o mundo, ser amigos do mundo e conformarmo-nos com ele, mas para sermos embaixadores de Deus, rogando aos homens que se reconciliem com Deus. A igreja é a agência do reino de Deus no mundo. A igreja é uma embaixada do céu na terra. O reino de Cristo não é deste mundo. O mundo vai passar e não temos aqui herança permanente. Nossa Pátria está no céu. Nossa herança está no céu. Vivemos aqui por causa da nossa missão. Nosso papel aqui é glorificar a Deus e anunciar sua glória entre as nações. Nossa missão é chamar os homens de todas as raças, povos, línguas e nações a se arrependerem e crer no Bendito Filho de Deus. Somos embaixadores de Cristo, arautos do Rei, ministros da reconciliação, portadores de boas notícias. Fomos tirados do império das trevas para sermos filhos da luz e luzeiros do mundo. Fomos arrancados da potestade de Satanás para anunciarmos ao mundo o reino da graça e o reino de glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo. Fomos desarraigados deste mundo tenebroso para proclamarmos ao mundo que Cristo morreu, ressuscitou e vai voltar em majestade e glória para julgar os vivos e o mortos.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Em busca de mim mesmo
Texto de: Pr. Ricardo Gondim
Desde que me entendo por gente, já se passaram muitos séculos, parece.
Eu disquei em telefones de baquelite preta; aprendi datilografia repetindo "asdfg" mais de um milhão de vezes; voei em avião movido a hélice e sem pressurização; cantei os jingles de "quem bebe Grapette repete"; acompanhei a desastrosa Copa de 1966 pelo rádio; estudei em escola pública; fui patrulhado por um infiltrado da ditadura, meu professor de Organização Social e Política Brasileira, o famigerado OSPB, porque escrevi "proletário" em um trabalho de conclusão de curso.
Decididamente não venho deste século. Jurássico, canto com Louis Armstrong: "I hear babies cry, I watch them grow /They'll learn much more than I'll never know".
Depois de tudo, tudo, continuo a perguntar: "Quem sou eu"? Perplexo, não sei delinear a moldura que me distingue dos outros.
Sou um universo de subjetividades;
a mistura dos sons, paladares e cores de minha terra natal;
o tamborilar de chuva em telha de barro, que ressoa desde um quarto antiquíssimo;
a memória sobrevivente de ancestrais defuntos;
o aroma da velha cozinha onde vovó fazia vatapá;
a ruptura de desejos pueris;
o assistente de tragédias sem reposta;
a sintaxe imprecisa de um idioma que se fez minha pátria;
a sede do transcendente que reluz em meus olhos de menino inquieto;
a encarnação do medo perene de rejeição;
o anseio carente de um colo acolhedor;
a negação de fracassos prenunciados;
a vertebração de perseverar como dever;
o profeta da força avassaladora da impotência;
o filho que alterna o terno e o insensível;
o pêndulo que oscila da melancolia para a euforia;
o covarde que se revela audaz;
o corajoso que claudica;
o cético pleno de fé;
o santo que se sabe reles.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
O Sábio
Aforismos:
domingo, 22 de agosto de 2010
Diversas conversões
Meditação de: Pr. Ricardo Gondim
Já me converti várias vezes. Fui católico nominal e virei presbiteriano-reformado-calvinista. Depois migrei e ganhei o título de assembleiano-pentecostal-clássico. Mas o processo nunca parou. Experimentei mudanças bruscas em minha crença sobre milagre: saltei das orações despretensiosas e formais para agonizar de joelhos e ter intervenções divinas que resolvessem problemas, meus e dos que me pedissem ajuda.
Na maturidade, houve outras mudanças em minha caminhada religiosa. Abandonei projetos grandiosos, “billygrahaminianos”, de impactar o mundo; perdi ideias românticas sobre a “verdadeira igreja”; desiludi-me com as afirmações absolutas da teologia sistemática que pretende catalogar de forma exaustiva o que se deve saber sobre Deus e o mundo vindouro; desencantei-me com as lógicas da espiritualidade engrenada de “causa e efeito”; fugi da beligerância dos apologetas da “reta doutrina”.
Alguns amigos, inquietos com a minha rota, questionam se não há retorno, se estou mesmo decidido a permanecer no processo de repensar a fé e a espiritualidade. Pelas marretadas que já levei, pelos companheiros que já perdi e pelas censuras que já sofri, confesso que fui tentado a reconsiderar. Entretanto, voltar atrás, neste caso, seria um retrocesso covarde. Tudo o que entusiasma pede para ser aprofundado, alongado, problematizado, nunca esvaziado.
Para apagar o que absorvi sobre a relação com Deus
Eu precisaria negar que a mais linda revelação do evangelho é o esvaziamento de Deus na encarnação;
Eu precisaria afirmar que as portentosas narrativas bíblicas de milagre são jornalísticas e que servem para convencer os incrédulos de que Deus é poderoso;
Eu precisaria insistir em dizer que as condições sub-humanas dos que vivem em monturos de lixo fazem parte de um um plano traçado por Deus antes da criação. Não consigo imaginar-me falando: “Deus é soberano e decidiu que eles viveriam assim; e os porquês da Providência, só saberemos na eternidade”.
Eu precisaria pregar que Deus está em controle de todas as coisas, inclusive do estuprador que matou a adolescente, do fornos crematórios de Auschwitz, das machadadas que dizimaram Ruanda e da estupidez de Pol Pot no Camboja, que executou dois milhões de inocentes.
Eu precisaria escrever revistas de escola dominical para mostrar que as crianças são perversas, mentirosas, verdadeiras víboras em gestação, e que elas devem se arrepender o quanto antes e “aceitar Jesus” para não terminarem prematuramente no inferno.
Eu precisaria ensinar que sem o credo confessional dos evangélicos bilhões arderão no enxofre e que Deus se sentirá feliz e vingado ao ouvir o choro e o ranger de dentes dos condenados por toda a eternidade.
Eu precisaria postar textos na internet sobre o “direito” do Oleiro matar os miseráveis no Haiti. Teria de insistir que somos barro sem autoridade de questionar os atos do Senhor. Precisaria teimar no “mistério insondável” de Deus escolher exatamente os mais pobres para derramar o cálice de sua ira; e que é meu dever arregaçar as mangas e amenizar o sofrimento dos que foram vítimas do ódio de Javé, sempre ofendido pelo pecado.
Como não consigo voltar a essas lógicas, só me resta prosseguir na compreensão de Deus com outras premissas. Através de Jesus, tento entender o Divino. Como o Deus invisível nunca se deixou ver por ninguém, tenho apenas o rosto, as palavras e os gestos de Jesus para intui-lo. Faço revisão teológica sem grandes pretensões, não intento formar nenhum movimento, quero tão somente ser honesto com minhas, só minhas, inquietações.
Sim, pretendo experimentar novas conversões. De passo em passo, alargar meus parcos conhecimentos e minhas estreitas convicções. Mas como o Divino é oceano mais imenso que a soma das galáxias, tenho muita transformação pela frente.
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Gente Feliz
Devocional de: Pr. Ariovaldo Ramos
Feliz é quem não relativiza o amar a Deus, acima de tudo, e o amar ao próximo, como a gente gosta de ser amado, como guia para toda a ação.
Feliz é quem sabe que toda a vida é sagrada, e a preserva.
Feliz é quem vive e anda com os justificados: promovendo o direito e preservando toda a vida.
Feliz é o que está plantado na comunidade dos declarados justos: onde esse amor é o modo de viver, e a vida, então, flui como um rio, que o faz crescer como uma árvore sempre verdejante.
Feliz é o que dá tempo ao tempo, e, no tempo certo, faz o que tem de fazer.
Feliz é o que sabe que o prazer não é um lugar, mas uma construção.
Feliz é o que medita em como ser gente como gente deve ser: que medita em como viver a partir do amar a Deus acima de tudo, e do amar ao próximo como a gente gosta de ser amado.
Feliz é quem anda nesse caminho onde a maldade não tem lugar: porque esse é o caminho de Deus!
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Creio, descreio
Poema: Pr. Ricardo Gondim
Acredito na vírgula, descreio do ponto;
acredito na jangada, descreio do iate;
acredito na parábola, descreio da tese;
acredito na estrela, descreio do holofote;
acredito no taxista, descreio do político;
acredito na canja de galinha, descreio da homeopatia;
acredito na intuição, descreio da estatística;
acredito no milagre, descreio do dogma;
acredito no ramalhete, descreio do diamante;
acredito na serenata, descreio do funk;
acredito na abacatada, descreio da vitamina em pílula;
acredito na sertaneja, descreio da jornalista;
acredito no Espírito, descreio do teólogo;
acredito na poesia, descreio do fato.
Acredito na vida, acredito na vida
acredito na vida, acredito na vida...
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
O Perfil de um homem de Deus
Pastorial de: Rev. Hernandes Dias Lopes
O apóstolo Paulo, escrevendo sua primeira carta à igreja de Tessalônica, no capítulo 2:1-12, fala sobre o perfil de um homem de Deus. Ele abre o seu coração e dá o seu próprio testemunho, lançando luz sobre esse momentoso tema. Qual é o perfil de um homem de Deus?
UM MORDOMO FIEL(1 Ts 2:1-6)
A Paulo tinha sido confiado o Evangelho (2:4). A mensagem do evangelho é um tesouro que foi confiado a nós. A função do mordomo não é ser popular aos olhos dos homens, mas fiel aos olhos de Deus (2:4).
Paulo sofreu várias acusações dos seus opositores em Tessalônica: acusaram-no de ser ganancioso, bajulador, egoísta e ditador. Paulo faz sua defesa mostrando como foi o seu ministério entre eles. Nos versos 1-2, ele e Silas se dispõem a pregar a Palavra em Tessalônica depois de serem presos e açoitados em Filipos. No verso 3 ele revela que sua motivação em pregar o evangelho era absolutamente pura. Nos dias de Paulo a religião era um meio de fazer dinheiro (2:5). Mas Paulo dá testemunho de sua integridade nessa área financeira (2 Ts 3:8-10). Paulo era um obreiro muito atento à transparência na questão do dinheiro (1 Co 9:1-18). Nos versos 3-6 Paulo afirma que não usava artifícios humanos para atrair pessoas à igreja. Ele acreditava no poder do Evangelho para fazer isso (1:5). Diante das falsas acusações, Paulo apelou para o testemunho dos homens e de Deus. Ele responde aos seus adversários com seu testemunho pessoal diante de todos: "Assim como sabeis" (1:5;2:1,5,11;3:3-4;4:2;5:2) e seu testemunho diante de Deus (2:5). Sua consciência estava limpa diante de Deus e diante dos homens (At 24:16).
UMA MÃE AMOROSA (v. 7-8)
A ênfase do mordomo é fidelidade. A ênfase da mãe é gentileza. Como um apóstolo ele tinha autoridade, mas ele sempre a exerceu em amor. Paulo era como uma mãe afetuosa cuidando do seu bebê. Quais são as características de uma mãe afetuosa? 1) Provisão diária (2:7); 2) abnegação sacrificial (2:8); 3) afeto explícito (2:7); 4) sacrifício cabal (2:8). O papel de mãe não é fácil de ser exercido por um obreiro (Nm 11:12), mas se os obreiros não alimentarem os seus filhos na fé com o leite da Palavra, eles jamais poderão ser crentes maduros (Hb 5:10-14).
UM PAI PREOCUPADO (v. 9-12)
Paulo se considera pai espiritual dos crentes de Tessalônica (2:11) da mesma forma que dos crentes de Corinto (1 Co 4:15). O pai, entretanto, não é apenas aquele que gera, mas, sobretudo, aquele que cuida. Na sua defesa contra os acusadores, Paulo destaca três dos seus deveres como pai espiritual.
1) Seu trabalho (2:9) – O pai trabalha para sustentar a família. Embora a igreja de Filipos tivesse enviado dinheiro para ajudá-lo em Tessalônica (Fp 4:15-16), Paulo ainda tinha que trabalhar para se sustentar. Ninguém podia acusá-lo de estar no ministério por ganância financeira.
2) Seu procedimento (2:10) – Os pais devem ser bons exemplos para os seus filhos. Paulo diz que os crentes e Deus são testemunhas de como procedeu entre eles. 1) Sua vida era piedosa – Relação correta com Deus. 2) Sua vida era justa – Relação correta consigo. 3) Sua vida era irrepreensível – Relação correta com os outros. Seus inimigos podiam acusá-lo, mas nada encontravam para o envergonhar.
3) Suas palavras (2:11-12) – Um pai não apenas suporta a família trabalhando e ensinando pelo exemplo, mas também toma tempo para falar aos filhos. Paulo sabia da importância de ensinar os novos crentes. 1) Paulo ensinava não apenas coletivamente, mas a cada um individualmente (2:11); 2) Paulo encorajava os crentes como a filhos (2:12a); 3) Paulo consolava os crentes (2:12b); 4) Paulo admoestava os crentes (2:12c). Mas qual era o propósito de Paulo ao ensinar os seus filhos? É para que eles vivessem de modo digno de Deus (2:12). Que à semelhança do apóstolo Paulo, sejamos homens de Deus!
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Em nome da conveniência
Texto do: Pr. Ariovaldo Ramos
Já reparou como as pessoas usam pejorativamente a expressão “viado” para referir-se a um homossexual? Pois a vida é assim. Viado é sempre o outro. Os da nossa família são homossexuais mesmo. Fica até bonito pela pompa no jeito de falar. Igualmente há diversas expressões convenientes. Eu particularmente nunca vi um EMO que se assumisse. Emo é o outro. Quando referindo-se a si mesmo, chovem atributos convenientes… passando pelo rótulo de hardcore melódico… e chegando ao power pop.
Rótulos são sempre desprezíveis, pois invariavelmente são baseados em julgamentos segundo a aparência. Exatamente o tipo de julgamento que somos proibidos de fazer. No entanto, nem todo julgamento é ilícito, já que devemos julgar todas as coisas para retermos apenas o que é bom. Julgar neste contexto refere-se a aplicar os valores do Reino de Deus seguindo a metodologia da reta justiça e da misericórdia.
Porém a conveniência subjuga o bom senso da maioria. Pessoas são rápidas em condenar outras pessoas… e mais rápidas ainda em elogiar outras.
Exemplos? Tenho visto muitas pessoas que idolatram o Caio Fábio. Particularmente simpatizo muito com as idéias do Caio. Com excessão da insistência dele em retrucar outros fanfarrões do meio evangélico. Em meus ouvidos isto soa como um cristianismo hipócrita… incapaz de dar a outra face. Incapaz de perdoar e tocar a vida. Baseado na máxima “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
Porém, não possuo autoridade alguma para condenar o Caio. Se ele é um filho do Reino ou apenas uma mula de Balaão, o tempo o revelará. Cabe a mim apenas filtrar suas palavras através do Evangelho… retendo o que é bom; e não me contaminando com o que não faz sentido.
Como eu disse, não tenho nada contra o Caio. Mas estou farto de idiotas que o idolatram. Amam a sua igreja que, por mais que afirmem que não é uma igreja, É UMA IGREJA no sentido mais institucional da palavra. E desprezam todas as demais… como se a verdade estivesse exclusivamente alí.
Esta exclusividade é contraditória com os valores do Reino. Por isso registro minha indignação com aqueles que supervalorizam o trabalho DE FORA e rejeitam a correção dos que estão perto. Fazer parte de UM CAMINHO que não envolva convívio pessoal é o mesmo que buscar o comodismo. Pois não importa o quanto seu pastor seja um saco… os anos revelam que TODOS NÓS TAMBÉM SOMOS.
A perspectiva de que apenas nós é que somos “legais”, é ridícula. A perspectiva de que apenas o pastor tal, ou o ministério tal PRESTA, é mais ridícula ainda. Somos idiotas… mesquinhos, interesseiros… e que buscam apenas conforto e conveniência. Por isso amamos os pregadores de longe… pois não precisamos prestar contas a ninguém. Se bem que não importa a distância. NINGUÉM É OBRIGADO a submeter-se. Mas ao mesmo tempo todos que fazem parte do legítimo CAMINHO não resistem e submetem-se voluntariamente. Não é pela obrigação… mas por que conhecemos o propósito de nossa existência. Sabemos que servir é parte inegociável da vida. Não prestamos para mais nada.
E assumindo que todos são passíveis de errar, torna-se simples conviver com as diferenças. Sem a hipocrisia de dizer que conviver com o pecado alheio nos faz igualmente pecadores. Pois Jesus conviveu com Judas durante todo o seu ministério. E ele sabia tanto das maracutaias financeiras de suas “administração”, quanto dos planos secretos para traí-no “no final do filme”. Ainda sim o Mestre o tolerou.
Por isso caro amigo hipócrita, lute sim contra os valores distorcidos das igrejas em que fazermos parte. Combata a ganância, a mentira e a hipocrisia pastoral. Mas ao mesmo tempo seja paciente e misericordioso. Pois se estes atributos lhe faltarem, definitivamente você será incapaz de caminhar junto com qualquer pastor.
Vacine-se contra o veneno pastoral.
E seja a cura para a Igreja de Cristo.
Não será fácil. Irá doer e custar caro.
Mas talvez não haja outro caminho para você.
Portanto aprenda a honrar os pecadores ao seu redor. E exercite a piedade e misericórdia.
Acredite. As pessoas saberão distinguir o que é falso quando forem confrontadas com a verdade.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Priorizamos o que é importante?
As orações foram realizadas na seguinte ordem: para os empresários; para as autoridades; para os autônomos; para os artistas e médicos; para os professores…
Então por que nossos interesses são tão divergentes dos valores do Reino?
Ou será que minha bíblia está errada?
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
O homem criado à imagem e semelhança de Deus
Pastorial de: Rev. Hernandes Dias Lopes
O homem foi criado por Deus. Ele não é produto do acaso nem é o resultado final de uma evolução de milhões de anos. Não procedemos de uma ameba nem dos macacos, mas de Deus. A Bíblia corretamente interpretada e a ciência corretamente entendida não se contradizem, pois ambas têm o mesmo autor. A verdade incontestável é que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Destacaremos três pontos para a nossa reflexão:
1. O homem é a imagem de Deus criada. Deus criou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida e ele passou a ser alma vivente. Deus criou homem e mulher à sua imagem e conforme a sua semelhança. Certamente essa semelhança não é física, pois Deus é Espírito. O homem é um ser moral e espiritual. Deus lhe deu uma consciência, uma espécie de tribunal interior, com uma noção inata de certo e errado. O homem é o único ser capaz de relacionar-se com o seu criador de forma inteligente. Somos a obra prima de Deus. Somos a coroa da criação. Nossa origem é divina. Nosso destino é a glória. Fomos criados para glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.
2. O homem é a imagem de Deus deformada. A imagem criada tornou-se imagem deformada pelo pecado. Com a queda de Adão, toda a raça foi mergulhada no pecado. Por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte e a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. O pecado, porém, não destruiu a imagem de Deus no homem, mas deformou-a. Agora, por causa do pecado, não refletimos com toda clareza a imagem de Deus. Somos como um poço de águas turvas que não refletem mais a beleza da lua. O pecado atingiu todas as áreas da nossa vida: nosso corpo e nossa alma, nossa razão e nossos sentimentos. Somos um ser ambíguo e contraditório. O bem que queremos fazer não o praticamos e o mal que não queremos, esse o fazemos. Nossas palavras, ações e desejos estão contaminados pelo pecado. O homem tornou-se praticante do pecado e escravo dele. Seu estado é de depravação total. O homem natural não conhece a Deus, não discerne as coisas de Deus, pois está morto em seus delitos e pecados.
3. O homem é a imagem de Deus restaurada. O homem não pode salvar nem restaurar a si mesmo, pois está morto em seus delitos e pecados. Mas, Deus não desistiu do homem. Para cumprir um plano eterno e perfeito, Deus enviou seu Filho ao mundo como Salvador do mundo. Agora, todos aqueles que nele crêem são perdoados, justificados e salvos. Por intermédio da obra de Cristo na cruz por nós somos reconciliados com Deus e pela ação do Espírito Santo em nós, a imagem divina é restaurada em nós. O projeto eterno de Deus é transformar-nos à imagem de Cristo. O Espírito Santo, o aplicador da redencão, realiza essa obra e nos transforma de glória em glória na imagem de Cristo, a expressão exata do ser de Deus. A imagem criada por Deus e deformada pelo pecado é restaurada por Cristo pela ação do Espírito Santo. O mesmo Deus que criou o homem à sua imagem e semelhança e não desistiu dele depois da sua trágica queda, está trabalhando para restaurar essa mesma imagem. Pela redenção que temos em Cristo, tornamo-nos membros da família de Deus, sendo adotados como filhos de Deus e seus benditos herdeiros. Podemos erguer nossa voz e gritar: Onde abundou o pecado, superabundou a graça!
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Gente Feliz
Feliz é quem não relativiza o amar a Deus, acima de tudo, e o amar ao próximo, como a gente gosta de ser amado, como guia para toda a ação.
Feliz é quem sabe que toda a vida é sagrada, e a preserva.
Feliz é quem vive e anda com os justificados: promovendo o direito e preservando toda a vida.
Feliz é o que está plantado na comunidade dos declarados justos: onde esse amor é o modo de viver, e a vida, então, flui como um rio, que o faz crescer como uma árvore sempre verdejante.
Feliz é o que dá tempo ao tempo, e, no tempo certo, faz o que tem de fazer.
Feliz é o que sabe que o prazer não é um lugar, mas uma construção.
Feliz é o que medita em como ser gente como gente deve ser: que medita em como viver a partir do amar a Deus acima de tudo, e do amar ao próximo como a gente gosta de ser amado.
Feliz é quem anda nesse caminho onde a maldade não tem lugar: porque esse é o caminho de Deus!
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Meu compromisso com a vida
Texto do: Pr. Ricardo Gondim
Olho para o passado com lascas de nostalgia e pontas de melancolia. Caminhos que nunca trilhei hoje parecem bem mais fáceis. Amores que exigiram coragem voltam a me seduzir para me deixar ainda mais triste. Aventuras que nasceram de narcisismos e falsas onipotências reclamam explicações; como justificar tanto delírio? Não, não pretendo remontar passado. Desisto de qualquer tentativa de ressuscitar o que jaz sob o lajeado da decepção.
Para refazer meu compromisso com a vida, abandono o rigor de um humanismo idolátrico. Não idealizo as iniciativas ideológicas. Sei que toda instituição convive com o germe de sua própria inutilidade. Também não me prostro no altar do niilismo; descreio da capacidade humana de erguer-se pelos próprios cadarços. Meu existencialismo é frágil, carregado de suspeita. Minha religião, cheia de decepção. Minha ideologia agoniza debaixo dos escombros da modernidade.
Para refazer meu compromisso com a vida, largo na beira da calçada as metas-narrativas. Desconfio dos projetos globais. Incoerência entre discurso e prática me desesperam. A incapacidade de vertebrar o que acredito de coração me enoja. Criei cismas. Rio por dentro; é meu jeito de sobreviver aos ufanismos que tanto me irritavam no passado. Sei que preciso aniquilar os fantasmas que me deixaram com a sensação de ser um deus.
Para refazer meu compromisso com a vida, desisto de tentar levar a ferro e a fogo qualquer coisa. Erros me fizeram bem. Boas ações me arruinaram. Amigos me entristeceram. Desconhecidos me acolheram. Quando planejei, empaquei. Por outro lado, inesperadamente a vida deu certo sem planejamento. Sofri também com pecados. Paguei um alto preço por ser indolente. Mas, incrível, quando deixei para o dia seguinte o que deveria fazer hoje, foi bom.
Para refazer meu compromisso com a vida, quero ser leve como a pluma que escapou da asa do cisne, denso como o ruço que cobre a madrugada, escuro como a noite tropical sem lua, e transparente como o mar do Mediterrâneo. Hei de aprender a não discursar. Almejo ser mais enfático mas só em ternura; mais brando em afirmações. Pretendo rearrumar minha oratória. Quero voltar a olhar para o nada, como as crianças; a entrecortar frases com longas pausas, como os monges; a ritualizar os instantes, como os namorados.
Para refazer meu compromisso com a vida, espero envelhecer sem casmurrice. Acolher as doidices dos jovens, lembrando de como as minhas faziam sentido. Celebrar cada manhã como uma ressurreição. Aguardar o pôr-do-sol como uma grávida anseia pelo primeiro choro do filho. Plácido como um lago entre duas montanhas, espero encarar a morte. E que não reste nenhuma nesga de frustração em minha alma. E que eu descanse no sábado final com um sorriso maroto, sorriso de quem foi embora dizendo: valeu viver.