sexta-feira, 24 de setembro de 2010


Para Reflexão: Salmo 37

(Salmo Davídico)

1- Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniqüidade.
2- Porque cedo serão ceifados como a erva, e murcharão como a verdura.
3- Confia no SENHOR e faze o bem; habitarás na terra, e verdadeiramente serás alimentado.
4- Deleita-te também no SENHOR, e te concederá os desejos do teu coração.
5- Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele o fará.
6- E ele fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu juízo como o meio-dia.
7- Descansa no SENHOR, e espera nele; não te indignes por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa astutos intentos.
8- Deixa a ira, e abandona o furor; não te indignes de forma alguma para fazer o mal.
9- Porque os malfeitores serão desarraigados; mas aqueles que esperam no SENHOR herdarão a terra.
10- Pois ainda um pouco, e o ímpio não existirá; olharás para o seu lugar, e não aparecerá.
11- Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância de paz.
12- O ímpio maquina contra o justo, e contra ele range os dentes.
13- O Senhor se rirá dele, pois vê que vem chegando o seu dia.
14- Os ímpios puxaram da espada e armaram o arco, para derrubarem o pobre e necessitado, e para matarem os de reta conduta.
15- Porém a sua espada lhes entrará no coração, e os seus arcos se quebrarão.
16- Vale mais o pouco que tem o justo, do que as riquezas de muitos ímpios.
17- Pois os braços dos ímpios se quebrarão, mas o SENHOR sustém os justos.
18- O SENHOR conhece os dias dos retos, e a sua herança permanecerá para sempre.
19- Não serão envergonhados nos dias maus, e nos dias de fome se fartarão.
20- Mas os ímpios perecerão, e os inimigos do SENHOR serão como a gordura dos cordeiros; desaparecerão, e em fumaça se desfarão.
21- O ímpio toma emprestado, e não paga; mas o justo se compadece e dá.
22- Porque aqueles que ele abençoa herdarão a terra, e aqueles que forem por ele amaldiçoados serão desarraigados.
23-Os passos de um homem bom são confirmados pelo SENHOR, e deleita-se no seu caminho.
24- Ainda que caia, não ficará prostrado, pois o SENHOR o sustém com a sua mão.
25- Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua semente a mendigar o pão.
26- Compadece-se sempre, e empresta, e a sua semente é abençoada.
27- Aparta-te do mal e faze o bem; e terás morada para sempre.
28- Porque o SENHOR ama o juízo e não desampara os seus santos; eles são preservados para sempre; mas a semente dos ímpios será desarraigada.
29- Os justos herdarão a terra e habitarão nela para sempre.
30- A boca do justo fala a sabedoria; a sua língua fala do juízo.
31- A lei do seu Deus está em seu coração; os seus passos não resvalarão.
32- O ímpio espreita ao justo, e procura matá-lo.
33- O SENHOR não o deixará em suas mãos, nem o condenará quando for julgado.
34- Espera no SENHOR, e guarda o seu caminho, e te exaltará para herdares a terra; tu o verás quando os ímpios forem desarraigados.
35- Vi o ímpio com grande poder espalhar-se como a árvore verde na terra natal.
36- Mas passou e já não aparece; procurei-o, mas não se pôde encontrar.
37- Nota o homem sincero, e considera o reto, porque o fim desse homem é a paz.
38- Quanto aos transgressores, serão à uma destruídos, e as relíquias dos ímpios serão destruídas.
39- Mas a salvação dos justos vem do SENHOR; ele é a sua fortaleza no tempo da angústia.
40- E o SENHOR os ajudará e os livrará; ele os livrará dos ímpios e os salvará, porquanto confiam nele.


O Senhor é bom, Louvaio em toda a beleza da Sua santidade, pois as Tuas misericórdias durão para sempre!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Qual é o tamanho do seu Deus?


Pastorial de: Rev. Hernandes Dias Lopes

Há um só Deus vivo e verdadeiro. Os deuses dos povos são ídolos vãos, criados pela imaginação humana ou forjados pelo engano do diabo. Quem é o seu Deus? Qual é o tamanho do seu Deus? Davi, no Salmo 139, fala sobre três atributos exclusivos de Deus que revelam-nos sua majestade.
1. Deus é onipotente (Sl 139:13-18) – Deus criou não apenas o universo, os céus e a terra, mas Deus também nos fez de forma assombrosamente maravilhosa. Deus trouxe à luz o que não existia. Do nada ele fez todas as coisas. Ele é a causa não causa de todas as coisas. Ele existe antes de todas as coisas e tudo veio a existir por sua vontade e decreto. Deus nos moldou no ventre da nossa mãe. Ele fez cada célula do nosso corpo. Ele colocou em nós todos os códigos genéticos. Segundo Dr. Marshall Nirenberg, prêmio Nobel de Biologia, temos em nosso corpo 60 trilhões de células vivas. Em cada célula há um metro e setenta centímetros de fita DNA, onde estão gravados e computadorizados todos os nossos dados genéticos. Se esticarmos a fita DNA do nosso corpo, teríamos 102 trilhões de metros de fita, ou seja, 102 bilhões de quilômetros. Poderíamos empacotar na cabeça de um alfinete todos os dados genéticos dos mais de 6 bilhões de habitantes do planeta. Códigos de vida não se originam do ocaso nem de uma explosão cósmica. A evolução é uma teoria improvável, impossível, incongruente. Permanece o fato irretorquível, irrefutável, absoluto de que Deus é o criador de todas as coisas. Ele é, portanto, onipotente!
2. Deus é onisciente (Sl 139:1-6) – Deus criou e conhece todas as coisas. Nada lhe é oculto. Ele conhece cada estrela do universo e chama cada uma pelo nome; ele conhece cada célula do nosso corpo cada fio de cabelo da nossa cabeça. Ele nos sonda e nos conhece. Ele penetra os nossos pensamentos e esquadrinha o nosso andar e o nosso deitar. Ele conhece todos os nossos caminhos. Ele conhece nossas palavras mesmo antes que elas cheguem à nossa língua. Deus nos cerca por trás e por diante. Ele sabe tudo, vê tudo, a tudo e a todos sonda exaustivamente. Nada escapa ao seu conhecimento. Ninguém pode burlar Deus, apanhá-lo de surpresa. Ele conhece o passado, o presente e o futuro no seu eterno agora. Para ele, mil anos são como um dia e um dia como mil anos.
3. Deus é onipresente (Sl 139:7-12) – Deus é inescapável. Jamais podemos nos esconder dele. Não podemos nos ausentar do Espírito de Deus. Se subirmos ao céu, lá ele estará. Se descermos ao mais profundo abismo, também, lá ele estará. Se tomarmos as asas da alvorada e viajarmos para além dos mares, ainda lá nos haverá de guiar a sua mão. Se tentarmos nos esconder sob o manto das trevas, mesmo assim, não conseguiremos, pois para Deus a luz e as trevas são a mesma cousa. Deus está em toda parte. Não há nenhum canto do universo onde o homem possa esconder-se de Deus. Ele é como a sombra à nossa direita. Ele não dorme nem precisa descansar. Seus olhos sempre estão atentos e toda a criação depende dele, pois ele vela por todos, em toda parte.

Porque Deus é onipotente, onisciente e onipresente, Davi compreende que não pode abrigar pecado em seu coração (Sl 139:19-24). Então, clama ao Senhor: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos; ver se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139:23-24).

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Pode ser? mais e se for?


Pastorial de: Felipe d'Olivera

Texto referência: Apocalipse 16:15

Vivemos em um mundo em que não devemos fazer parte dele, porque a Bíblia nos diz que já é do maligno (1 João 5:19). A sociedade já está altamente corrompida, pessoas perderam os valores criados por Deus, vemos hoje em dia crianças, jovens, adultos e velhos sem respeito, sem vergonha de seus próprios pecados, alias para seus círculos de vivência não existe mais pecado porque para eles é tudo relativo, ter varias mulheres é relativo, relacionar-se com pessoas do próprio sexo é relativo, ter pessoas roubando em nossos bairros é relativo e as demais coisas que são denomináveis como erradas e abomináveis por Deus são relativas.

Está errado, tudo o que vemos e muita das vezes praticamos que estão contrariando os mandamentos de Deus é pecado!

Qual a real lição que tiramos ao vermos as atitudes atuais do mundo?

Deus em Gênesis 6:7 resolveu destruir a terra por completa e em Gênesis 18:17-33 Deus resolveu destruir Sodoma e Gomora por causa de seus pecado. Hoje vemos atitudes na nossa sociedade que se não são piores do que estas duas situações são muito parecidas ou iguais.

Pode ser que para está geração que Jesus irá voltar?

Pode ser sim e parece que Ele está mais perto ainda do que imaginamos!

Mais se pode ser que Ele está perto, e se for? Será que a igreja está preparada para esperar Jesus a qualquer momento? E se Jesus voltasse agora, será que a igreja subiria?

É chegada a hora de de revermos nossos conceito, e firmarmos nossos conceitos em conceitos de não ser melhores pessoas aos olhos da sociedade mais sim de sermos iguais a Cristo, conceitos de não fazer o que Deus odeia mais de fazer o que Deus ama, temos de largar nossos vícios pecaminosos e sermos pessoas que vivem em Deus e para Deus!

Quando Deus destruiu Sodoma e Gomora Deus retirou Ló e quando Deus destruiu o Mundo Deus poupo Noé e sua família pois eram realmente íntegros a Deus. E assim será, Jesus ira voltar e buscará quem é realmente integro a Deus, e lá nos Céus só morará com a Trindade Divina quem aqui na terra foi integro a Deus. E se pode ser e se Ele está voltando, reavaliemos nossos conceitos e sejamos então íntegros a Deus!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Impotência de ajudar


Reflexão de: Pr. Ricardo Gondim

Debato-me em minha impotência. Sei que perco muito tempo ensimesmado. Fico angustiado por não me importar como devia com a sorte de quem precisa de um ombro. Eu gostaria de ter mais recursos humanos, materiais e conceituais para ajudar muitos que não conseguem enfrentar a dureza da vida.

Vez por outra, no desespero de ajudar, quero fundar uma escola de auto-ajuda tupiniquim. Quero deixar de lado muitos escrúpulos éticos e receitar fórmulas caseiras para que as pessoas tenham um "como" para contornar seus dilemas existenciais. O sofrimento me agride tanto que sou tentado a repetir frases "clichês" de alguns manuais com cinco passos de “como alcançar vitória”.

Quem sabe mais gente responderia se eu fosse mais coloquial e mais pragmático. Até agora percebo meus escritos bonitinhos, mas fraquinhos. Não passo de um professor de álgebra chato e enfadonho, daqueles que aborrecem adolescentes. Procuro comunicar, esforço-me com toda a sinceridade de minha alma, mas acabo passando um ar elitista, esnobe, petulante. E mais gente me procura com dilemas existenciais desesperadores.

A maré do sofrimento humano não para de rebentar nas portas de minha vida. As pedras que ergo não conseguem conter a fúria deste mar que espumeja dor. Todos os dias, lido com pessoas perdidas nas decisões que precisam tomar, ouço reclames de mulheres que amargam casamentos horrorosos, tomo conhecimento de crentes angustiados com o jugo de doutrinas corretíssimas, mas inclementes.

Tento ensinar sobre outro jeito de organizar a vida, mas noto as pessoas sem a menor disposição de escapar de velhas bitolas. Tento mostrar que a percepção de um Deus que rege e ordena todos os micro detalhes do universo parece oferecer conforto e segurança, mas depois, quando a vida se impõe com todas as suas idiossincrasias e incoerências, essa percepção de Deus como um supremo dramaturgo, as deixará arrasadas.

Há enorme resistência em ver que a vida é contingencial. Foge-se da realidade de que bem e mal chegam indiscriminadamente. Por isso, quantas vezes ouvi pessoas questionando Deus. Suas interrogações não nascem de rebelião, mas por não aceitarem que Deus os tenha abandonado quando mais precisavam de sua ajuda.

Tento mostrar que há outra maneira de perceber o amor de Deus. Mas frustro-me ao notar que mesmo com tanta angústia, poucos estão dispostos a abrir mão de antigos pressupostos. Parece melhor o desespero de conviver com um Deus que arbitra seus atos sem levar em conta a sorte de homens e mulheres mas os seus projetos macro.

Vejo-me como aquele velho marujo que acena sua lanterna no alto de uma colina. Pareço um doido. Mas, quem sabe, algum viajante em alto mar não virá a minha pequena luz para achar seu rumo?

sábado, 4 de setembro de 2010

Fechando as cortinas da vida


Pastorial de: Rev. Hernandes Dias Lopes

Paulo foi o maior pastor, teólogo, missionário e plantador de igrejas da história do cristianismo. Ele plantou igrejas nas províncias da Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia Menor. Ele enfrentou açoites, prisões, naufrágios e apedrejamento, mas jamais perdeu a doçura nem deixou de glorificar a Deus no sofrimento. Em 2 Timóteo 4.6-18, Paulo fala que seu passado foi marcado por combate, perseverança e fidelidade (2Tm 4.7). Ao enfrentar seu presente, afirma que não é Nero que vai lhe matar, mas ele é quem vai se entregar (2Tm 4.6). Ao vislumbrar seu futuro, está seguro de que a recompensa divina já está preparada para ele.

Paulo está no corredor da morte, na ante-sala do martírio. Está fechando as cortinas da vida numa masmorra úmida, fria e insalubre. Não havia mais esperança de liberdade. Deus não o pouparia mais da morte, mas o libertaria através da morte. É nesse contexto que o veterano apóstolo compartilha conosco seus sentimentos. O que Paulo estava sentindo na prisão, antes do seu martírio?

1. O drama da solidão (2Tm 4.9,11,21). Paulo não está apenas preso, mas também só. Ele precisa de Deus, mas também de gente ao seu lado. Por isso, roga a Timóteo para vir estar com ele. Pede a Timóteo para trazer Marcos, o mesmo Marcos que ele um dia dispensara. Paulo anseia por comunhão e relacionamento. Deseja ter alguém do seu lado antes de morrer. Gente precisa de Deus, mas gente também precisa de gente.

2. O drama do abandono (2Tm 4.10). Paulo diz que Demas, por ter amado o presente século, o havia abandonado. Aquele que um dia caminhara com ele e fora seu cooperador, agora abandona suas fileiras. Quando mais Paulo precisa de ajuda e companheirismo, Demas o deixa só. Quando mais Paulo está focado no céu, ansiando pela era por vir, Demas ama o presente século e dá as costas para Deus.

3. O drama da traição (2Tm 4.14,15). Paulo enfrenta no final da vida a amarga realidade da traição. Alexandre, o latoeiro causou-lhe muitos males. Os estudiosos afirmam que foi esse indivíduo que delatou o apóstolo Paulo, culminando em sua segunda prisão e consequente martírio. Alexandre não perseguiu apenas o pregador, mas também a pregação. Ele atacou não apenas o mensageiro, mas também a mensagem. Mesmo o maior missionário da igreja cristã, não é poupado de enfrentar, já no final da vida, a dolorosa realidade da traição.

4. O drama da privação (2Tm 4.13). Paulo foi o maior líder da igreja cristã no primeiro século. Nenhum imperador exerceu tanta influência na história como ele. Mas esse homem chega ao final da vida sem aposentadoria, sem casa para morar nem mesmo roupa para vestir. Ele pede a Timóteo para trazer-lhe seus livros, pergaminhos e até mesmo a capa. O inverno estava chegando e ele não suportaria as baixas temperaturas de Roma enfurnado naquela gélida masmorra. Paulo não tem luxo e está privado até mesmo das coisas essenciais.

5. O drama da ingratidão (2Tm 4.16). O velho apóstolo enfrenta mais um golpe doloroso no final da vida. Na sua primeira defesa, ninguém foi a seu favor, antes todos o abandonaram. Aquele que investira sua vida na vida dos outros, agora quando precisa de uma palavra a seu favor, vê a sala da audiência vazia, pois todos o haviam abandonado. Antes de sentir-se desolado com a ingratidão dos homens, Paulo afirma que Deus o assistiu e o revestiu de forças. Antes de tombar no cadafalso romano, o veterano apóstolo ergue os olhos aos céus, e diz: “Ao Senhor Jesus seja a glória pelos séculos dos séculos”.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O mistério de nossa humanidade


Reflexão de: Pr. Ricardo Gondim

Como idealizei as pessoas que participaram de minha vida! Quando eu era criança, papai parecia inabalável. Eu o via grande; suas mãos eram fortes, seus passos, decididos.

Mais tarde, elegi ícones nos esportes. Depois, na religião. Mas um dia meu velho estava bastante doente, alquebrado pela Síndrome de Alzheimer, e eu precisei descê-lo dentro de uma lona de quatro alças pelas escadas do seu apartamento. Do Eródoto José Rodrigues sobrava muito pouco. Enquanto descíamos, vi seu corpo balançando, decrépito e magro. A rede empunhada por quatro homens o jogava de um lado para outro; a valsa era macabra. Lembrei de quando segurava sua mão e me sentia amparado. A decadência física de meu pai escancarava quão efêmeros nós somos. Daquele dia em diante passei a repetir: ninguém é inabalável em sua subjetividade emocional; as mais sólidas convicções intelectuais sofrem abalos; nenhuma pretensão moral é de aço inoxidável.

Não existem monstros ou santos. Todos somos flamas oscilantes. Carregamos sombras na alma. Não passamos da combinação ingênua de noviços, ineptos em abraçar o bem, e de bandoleiros, hesitantes na prática do mal.

Viver consiste no desafio de alargar o coração e deixar que réstias de luz iluminem as nossas sombras. Não permitamos que trevas se alastrem dentro da gente. Demônios tenebrosos se multiplicam em ambientes lúgubres. No alto da colina da ilha chamada vida, sejamos lanterneiros, sempre a projetar nosso farol na direção de algum viajante perdido. Não esqueçamos: só se credencia a morar no céu quem, na terra, não abandonou o mandato de ser luz.

Fujamos do ar viciado do negativismo. Aprendamos a talhar nossa história sem nos deixar destruir pela perversidade do mundo. Perseveremos em fazer o bem. Os cínicos desistem da lida; os pessimistas ajudam a empurrar a história para o desespero; e os neofundamentalistas tentam fazer nascer, a fórcipes, um mundo desde as suas verdades. Forjemos a nossa humanidade com a constatação de que somos limitados. Esvaziemos a arrogância de ter toda a verdade. A verdade reside na democrática convivência dos povos.

Reconheçamos que cada indivíduo é um universo; suas relações sociais são infinitas. Não tentemos imobilizar a dinâmica da cultura ou da ética. Bem e mal se transformam velozmente. A tarefa de joeirar virtude e vício é complexa. Não há códigos suficientes que abarquem todas as nuanças da vida. Crescemos quando nos abrimos para uma coexistência inclusiva, sem preconceitos e sem ódios. Viver é amadurecer a arte do diálogo. Ao caminharmos na senda do amor, reconheceremos Deus no rosto do próximo.

Os que almejam humanidade fazem escolhas responsáveis; só eles discernem que o futuro jaz, latente, nos grãos plantados hoje. Só germinarão fraternidade e paz quando justiça for semeada. As máquinas de guerra devem ser desmontadas para que, logo, o arado substitua a espada e o cordeiro não tema pastar ao lado do leão.

Humanidade é obra que só pertence a nós, os humanos. Então, que se abandone a ideia de que o bem ressurgirá da ganância, do consumismo, do individualismo e da soberba.

Ergamos a nossa humanidade sempre cientes de nossa pequenez. Sem a soberba dos falsos campeões, celebremos cada encontro. Valorizemos quem amamos. Acolhamos os discriminados, os deficientes, os esquecidos. Contemplemos a história como artesãos que limam o ouro. Defendamos o direito, demos as mãos ao pobre e aguardemos: breve brilhará o sol da justiça, trazendo cura sob suas asas.