domingo, 25 de abril de 2010

Ainda há esperança para a família


Pastorial de: Rev. Hernandes Dias Lopes


No mundo inteiro a família está em crise. Há uma confluência de vários fatores hostis que conspiram contra a família nestes dias. Há uma guerra declarada contra esta vetusta e veneranda instituição divina, visando dinamitar seus alicerces e solapar seus valores absolutos. As pessoas hoje questionam a validade e a indissolubilidade do casamento. Os casais estão confusos acerca dos papéis que exercem no casamento. Os protagonistas do desastre atentam contra a fidelidade conjugal, buscam subterfúgios para validar uniões homossexuais, estimulam o divórcio, promovem a prática execranda do aborto e escarnecem da castidade, virando os valores morais de cabeça para baixo, enxergando, assim, tudo às avessas.
Essa confusão conceitual ameaça levar ao naufrágio esta geração presentana. A família parece um frágil barco no meio do revolto oceano da história, sovada por vagalhões enfurecidos e borrascas tempestuosas. Rochas submersas e forças misteriosas ameaçam soçobrá-la. Muitos lares sofrem desastres irreparáveis nesta viagem cheia de percalços. Outros navegam sob a fúria dos ventos indomáveis dos vícios deletérios, das patologias emocionais, cheios de traumas, recalques e pesadelos.
Há lares onde o diálogo morreu e agora, a família celebra o ritual fúnebre da indiferença e da amargura. Há lares onde a paz e a alegria já arrumaram as malas e deram adeus. Há lares onde o perdão é uma atitude inexistente, onde o beijo da amizade jamais foi sentido e o abraço da reconciliação jamais foi dado. Há lares onde todas as pontes da comunicação foram derrubadas e erguidas em seu lugar muralhas intransponíveis de isolamento e solidão. Há lares feridos pelos estilhaços das críticas amargas e das explosões de gênio. Assim, a família, em vez de ser um refúgio para as pessoas exaustas, torna-se uma arena de brigas e contendas, em vez de ser um ninho cálido de amor e comunhão, torna-se um campo gelado de tensão, um ring de agressividade, um teatro de amargura, um palco de discussões ruidosas, um picadeiro de desentendimentos, uma fábrica de verrinas e uma incubadora de doenças emocionais.
Mas ainda que a situação na sua casa seja desencorajadora, eu conclamo a você a lutar pela restauração da sua família. Não aceite passivamente a decretação da derrota de seu lar. Não desista do seu casamento. Não abra mão de seus filhos. Não perca as esperanças de ter um relacionamento saudável com os seus pais. Não entregue os pontos. O mesmo Deus que criou a família e estabeleceu princípios permanentes para a sua felicidade, exarados na Bíblia Sagrada, pode intervir na sua vida, no seu casamento e na sua família, restaurando-a e tirando-a do fundo do poço. Deus pode transformar os vales áridos do seu casamento em mananciais transbordantes de alegria e felicidade, pode fazer do deserto pardacento de sua família um pomar luxuriante e frutuoso que produza os deliciosos frutos do vero amor. Valorize a sua família. Não desista dela. Ore por ela. Coloque-a no altar de Deus, pois ainda há esperança!


quinta-feira, 15 de abril de 2010

Como seria minha vida se eu não acreditasse em Deus


Texto de: Pr. Ed René Kivitz


Outro dia me surpreendi me perguntando como seria minha vida se eu não acreditasse em Deus. Em termos positivos, quis saber a respeito da função de Deus em minha vida (já sei, você vai dizer que reduzi deus a uma coisa e estabeleci com ele uma relação mecânica e funcional, mas deixa pra lá, você vai ver que não é isso, só estou usando a melhor palavra que achei). O primeiro impulso foi na direção da questão ética: Deus é minha matriz de certo e errado, bem e mal. Há muita coisa que faço e deixo de fazer na vida por acreditar que Deus é um padrão a ser seguido ou obedecido, não necessariamente por causa de Deus em si, mas a bem de quem o obedece ou segue: algo como seguir as orientações de um manual de instruções – você pode fazer do seu jeito, mas a coisa não vai funcionar, e o resultado não é que o manual vai ficar triste ou bravo com você, mas que a coisa não vai funcionar mesmo.Logo depois desta conclusão rápida, me pareceu óbvio que Deus não seria a única alternativa para que eu tivesse uma orientação ética: os ateus e agnósticos também têm sua ética. O passo seguinte foi imaginar que outra função Deus ocuparia em minha vida além da referência ética.


Provavelmente você afirmaria o óbvio: Deus é aquele que cuida de mim, me protege, provê para o meu bem e minha felicidade. Embora eu acredite nisso, na verdade, não me basta, pois a vida está cheia de acontecimentos que me induziriam a acreditar exatamente o contrário. Caso eu dissesse a um cético que Deus é como um pai, mas um pai todo-poderoso que cuida de mim, certamente eu seria bombardeado de perguntas. Como disse Robert De Niro: “Se Deus existe, ele tem muito o que explicar”. Além disso, estar sob o cuidado de um superprotetor não é a razão porque acredito em Deus: de fato, abro mão de ser protegido – minha solidariedade com a raça humana não me permite esperar melhor sorte do que a das crianças abandonadas, dos enfermos crônicos, dos miseráveis e vitimados pelas atrocidades dos maus. Ou Deus protege todo mundo, ou a proteção não serve como fundamento para a crença nele.


A idéia de um ser lá em cima fazendo e acontecendo aqui em baixo, como um mestre enxadrista que faz dos seres humanos peças num tabuleiro cósmico nunca me agradou. Mas mesmo assim, acredito nisso: sou daqueles que acredita que Deus está no controle do universo e da história. O que quero dizer é que não acredito em deus como se as coisas que acontecem ou deixam de acontecer fossem resultado de decisões divinas, do tipo: vou dar este emprego pra ele? vou curar esta criança? vou dar este câncer de mama para ela? vou fazer com que eles se casem?, e assim por diante, como se Deus fosse uma máquina de decisões que não para nunca e afeta tudo quanto existe em tudo quanto é lugar em relação a todo mundo.


A maneira como percebo Deus é mais ou menos como percebo o sol: ele simplesmente está lá. Acredito em Deus mais ou menos assim: Deus está, ou se preferir, Deus é. Assim como o sol irradia seu calor sem cessar, também Deus afeta tudo em todo lugar em relação a todo mundo. O sol não precisa tomar decisões: ele simplesmente está lá. Assim também em relação a Deus.É verdade que nem todas as pessoas e nem todos os lugares são afetados pelo sol, e também que as pessoas e lugares que são afetados pelo sol experimentam o sol de maneira diferente e com conseqüências as mais variadas. Mas não por causa do sol. O sol está sempre lá e é sempre do mesmo jeito. O que muda é a realidade sobre a qual o sol incide: se a pessoa está à sombra é afetada de um jeito, se está descoberta é afetada de outro; o fruto do topo da árvore é afetado de um jeito, escondido entre as folhas, de outra; a água do lago é afetada de um jeito, empoçada, de outro; uma planta em boa terra e irrigada é afetada de um jeito, em solo ruim e seca, de outro. O sol está sempre lá e do mesmo jeito, aqui embaixo é que as coisas são diferentes.


Assim também em relação a Deus. Ele é, e sempre do mesmo jeito, as condições que lhe são dadas é que mudam: uma criança sozinha na rua e outra num ambiente familiar de afeto e amor; um homem que aproveitou bem suas oportunidades de estudo e formação profissional e outro que não teve a mesma sorte; alguém com uma doença congênita e outra pessoa com propensão atlética; a periferia do Haiti e o condomínio na Califórnia. Deus é, e sempre o mesmo, fluindo de maneira plena e equânime sobre tudo e todos, em todo tempo e lugar. As realidades sob sua influência é que são distintas. Por esta razão as conseqüências de sua influência são diversas e jamais podem ser padronizadas.Já imagino o que você está pensando. Você acha que acabei de tirar a dimensão pessoal de Deus, e passei a tratar Deus como uma força ou uma energia. Faz sentido, mas tenho uma saída. A diferença entre Deus e uma força ou energia é que as forças e energias não afetam dimensões pessoais. Por exemplo, não é possível prescrever 30 minutos de banho de sol para adquirir capacidade de perdoar, 20 minutos de banho de chuva para se livrar do vício de mentir, ou 45 minutos de banho de luz para se encher de compaixão. Essas coisas: amor, perdão, misericórdia, justiça, solidariedade, pureza de coração, alegria e saudades são atributos pessoais, relativos a seres conscientes, auto-conscientes, com capacidades afetivas-emocionais, intelectuais e racionais, e volitivas. Por esta razão, o sol é apenas uma metáfora – incompleta, como toda metáfora – para Deus.Deus não é uma energia ou uma força impessoal, mas o Ser–em–Si, fundamento pessoal de toda a realidade existente. Como disse São Paulo, apóstolo: em Deus somos, nos movemos e existimos.


Dallas Willard me ajudou muito a compreender isso quando afirmou que a principal maneira como somos afetados por Deus é através de “pensamentos e sentimentos que são nossos, mas não tiveram origem em nós”. Esta é minha experiência de Deus. Continuo acreditando que Deus está no controle de tudo, é livre para tomar decisões e afetar a realidade conforme sua vontade, cuida de mim e de todo mundo, faz e acontece na história e nas minhas circunstâncias, dispões de pessoas para a vida e para a morte, e o que mais você quiser ou considerar necessário atribuir como capacidade e direito a alguém que seja chamado Deus, afinal, por definição, Deus é incondicionado e ilimitado. Mas todas estas coisas atribuídas a Deus me são imponderáveis e inacessíveis. O que me afeta de fato é que crendo em Deus e conscientemente me submetendo a Ele, experimento pensamentos e sentimentos que são meus, mas não têm origem em mim. Sou levado a um estado de ser ao qual jamais conseguiria chegar sozinho. Deus é meu interlocutor amoroso. Deus é meu companheiro de viagem.


O que acontece fora de mim, se Deus faz ou deixa de fazer, se foi ele quem fez ou deixou de fazer, não me diz respeito, minha razão não alcança, e, portanto, não é objeto de minha preocupação para caminhar pela vida. Mas o que acontece dentro de mim, isso sim, é tudo quanto eu tenho e me basta. Tudo quanto tenho para orientar a minha peregrinação existencial são sentimentos e pensamentos que são meus, muitos deles que não tiveram origem em mim. Isso é questão de fé. E essa é a minha fé: estou sob Deus, suplicante e humildemente dependente de seu amor para me tornar tudo quanto estou destinado a ser, independente do que me possa acontecer.A mim me basta saber que em pastos verdejantes às margens de águas puras e cristalinas, ou no vale da sombra da morte, nada preciso temer, pois Deus está comigo, refrigerando-me a alma, guindo-me pelos caminhos da justiça por amor do seu nome. A mim me basta saber que se Deus é por mim, ninguém pode ser contra mim, pois nada pode me separar do amor de Cristo: nem tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada, pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.Não sei como seria minha vida se eu não acreditasse em Deus. Muito menos se Deus não acreditasse em mim. E nem quero saber.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Mágoas


Meditação de: Pr. Ricardo Gondim
Não guardo mágoas de nada do que já passei. No charco da vanglória, também ostentei vaidade. Na pretensiosa afirmação de saber tudo sobre Deus, também fui intolerante. No silêncio oportuno dos venais, também calei. Na empresa megalomaníaca que visava arrasar o mundo, também fui impetuoso. Na absurda incoerência de não saber eleger prioridades, também violentei pessoas.

Contudo, pesa em minha alma a dor do nunca mais. Nunca mais verei o meu pai no seu aniversário e eu deixei de visitá-lo para fazer companhia a pessoas que não eram amigas de verdade. Nunca mais poderei ler poesia com minha mãe; só depois que ela morreu, descobri sua verve poeta. Enquanto mamãe recitava Pessoa em algum sarau, eu participava de estudos sobre algum assunto que hoje desprezo. Nunca mais sentarei numa cadeira de balanço com a avó Maria Cristina; depois de ouvir-me pregar em fita K7, vovó queria conversar comigo e eu, ocupadíssimo faltava para atender colegas de ministério que depois me esfaquearam pelas costas. Tudo pode ser perdoado, mas o nunca mais do passado se cristalizou.

Desgostoso, também lamento não ter chorado os meus mortos como deveria. Pressões de estranhos, cobranças religiosas e vozes masmorrentas roubaram a atenção que deveria dar ao trágico e necessário momento de vivenciar a dor da morte. Ninguém deveria se interpor ao luto. No enterro de quem amei, fui obrigado a resolver conflitos, explicar-me, ouvir desaforos. Eu precisava de uma cela e vi-me na arena, carecia de silêncio e ofereceram-me tumulto.
Se algum fiapo de dor aparece em minha alma, ele se resume a inconformidades desse tipo.


segunda-feira, 12 de abril de 2010

Reflexão Bíblica


Quero dividir com vocês um pouco da Bíblia, que vocês possam refletir nessas linhas de palavras usadas com plena sabedoria por Salomão.
Que Deus abençoe a todos!

Provérbios 12

1
O que ama a correção ama o conhecimento; mas o que aborrece a repreensão é insensato.
2
O homem de bem alcançará o favor do Senhor; mas ao homem de perversos desígnios ele condenará.
3
O homem não se estabelece pela impiedade; a raiz dos justos, porém, nunca será, removida.
4
A mulher virtuosa é a coroa do seu marido; porém a que procede vergonhosamente é como apodrecimento nos seus ossos.
5
Os pensamentos do justo são retos; mas os conselhos do ímpio são falsos.
6
As palavras dos ímpios são emboscadas para derramarem sangue; a boca dos retos, porém, os livrará.
7
Transtornados serão os ímpios, e não serão mais; porém a casa dos justos permanecerá.
8
Segundo o seu entendimento é louvado o homem; mas o perverso decoração é desprezado.
9
Melhor é o que é estimado em pouco e tem servo, do que quem se honra a si mesmo e tem falta de pão.
10
O justo olha pela vida dos seus animais; porém as entranhas dos ímpios são crueis.
11
O que lavra a sua terra se fartará de pão; mas o que segue os ociosos é falto de entendimento.
12
Deseja o ímpio o despojo dos maus; porém a raiz dos justos produz o seu próprio fruto.
13
Pela transgressão dos lábios se enlaça o mau; mas o justo escapa da angústia.
14
Do fruto das suas palavras o homem se farta de bem; e das obras das suas mãos se lhe retribui.
15
O caminho do insensato é reto aos seus olhos; mas o que dá ouvidos ao conselho é sábio.
16
A ira do insensato logo se revela; mas o prudente encobre a afronta.
17
Quem fala a verdade manifesta a justiça; porém a testemunha falsa produz a fraude.
18
Há palrador cujas palavras ferem como espada; porém a língua dos sábios traz saúde.
19
O lábio veraz permanece para sempre; mas a língua mentirosa dura só um momento.
20
Engano há no coração dos que maquinam o mal; mas há gozo para os que aconselham a paz.
21
Nenhuma desgraça sobrevém ao justo; mas os ímpios ficam cheios de males.
22
Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor; mas os que praticam a verdade são o seu deleite.
23
O homem prudente encobre o conhecimento; mas o coração dos tolos proclama a estultícia.
24
A mão dos diligentes dominará; mas o indolente será tributário servil.
25
A ansiedade no coração do homem o abate; mas uma boa palavra o alegra.
26
O justo é um guia para o seu próximo; mas o caminho dos ímpios os faz errar.
27
O preguiçoso não apanha a sua caça; mas o bem precioso do homem é para o diligente.
28
Na vereda da justiça está a vida; e no seu caminho não há morte.

domingo, 11 de abril de 2010

Vergonha

Por Rui Barbosa, escrito em 1914

A FALTA DE JUSTIÇA, Srs. Senadores, é o grande mal da nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso descrédito, é a miséria suprema desta pobre nação.A sua grande vergonha diante do estrangeiro, é aquilo que nos afasta os homens, os auxílios, os capitais.

A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas.

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.

Essa foi a obra da República nos últimos anos. No outro regime (na Monarquia), o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre, as carreiras políticas lhe estavam fechadas. Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos se temiam e que, acesa no alto (o Imperador, graças principalmente a deter o Poder Moderador), guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Páscoa, o livramento da morte


Pastorial de: Rev. Hernandes Dias Lopes
A Páscoa ocupa um lugar central nas Escrituras. No Antigo Testamento a Páscoa fala da libertação do povo de Israel do terrível cativeiro do Egito. Esta bela e dramática história está registrada em Êxodo 12. No Novo Testamento a Páscoa refere-se à morte e ressurreição de Jesus Cristo. Deus tirou o seu povo do Egito com mão forte e poderosa através do sangue do Cordeiro. Deus nos tirou do cativeiro do pecado pelo sangue de Jesus. A morte do cordeiro na páscoa judaica era um tipo da morte de Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Algumas lições podem ser destacadas para o nosso ensino:
1. O livramento da morte depende da morte do Cordeiro (Ex 12.4-6) – Quando a Páscoa foi instituída, Deus ordenou a Moisés que cada família se reunisse para matar o cordeiro e aspergir as ombreiras da porta com o sangue. O anjo do Senhor passaria naquela noite e vendo o sangue passaria por alto e não feriria de morte o primogênito. Todos os primogênitos do Egito morreram naquela noite, exceto aqueles que estavam debaixo do abrigo do sangue do Cordeiro. Não foi a vida do cordeiro, mas sua morte que trouxe livramento para os israelitas. Assim, também, somos libertos da morte pela morte de Cristo. Ele morreu a nossa morte. Ele é o nosso cordeiro pascal.
2. O livramento da morte depende de estar debaixo do abrigo do sangue (Ex 12.7,13,14) – A libertação da morte dependeu não apenas da morte do cordeiro, mas também, do seu sangue aspergido nas ombreiras das portas. Precisamos estar debaixo do sangue de Cristo para sermos salvos. Não há remissão de pecados sem derramamento de sangue. Não é o sangue de um cordeiro que pode nos purificar do pecado, mas apenas o sangue do Cordeiro sem defeito, o sangue de Cristo. Por ele somos remidos, comprados, purificados e justificados.
3. Os que foram libertos pelo sangue precisam se alimentar do Cordeiro (Ex 12.8-12) – Aqueles que foram salvos pelo sangue alimentaram-se do cordeiro. Reunidos em famílias os israelitas se fortaleceram para a caminhada, comendo a carne do cordeiro com ervas amargas. Aqueles que são salvos pelo sangue de Cristo, precisam se alimentar de Cristo. Ele é o pão vivo que desceu do céu. Ele é o alimento para a nossa alma. A Páscoa judaica foi substituída pela Ceia do Senhor. O pão simboliza o corpo de Cristo e o vinho o seu sangue. Devemos nos alimentar do corpo e do sangue do Senhor. O pão e o vinho não se transubstanciam em corpo de Cristo como ensina o dogma romano nem Cristo está presente fisicamente neles, como pensava Lutero. Cristo está presente na Ceia espiritualmente e dele nos alimentamos espiritualmente.
4. Os que celebram a Páscoa do Senhor precisam lançar fora todo o fermento da maldade (Ex 12.15-20) – Durante a celebração da Páscoa judaica, os israelitas não podiam ter nenhuma espécie de fermento em casa nem comer pão levedado. O fermento é um símbolo da contaminação do pecado. Precisamos examinar a nós mesmos antes de comermos o pão e bebermos o cálice. O propósito do auto-exame não é para fugirmos da Ceia por causa do pecado, mas fugirmos do pecado por causa da Ceia. Não podemos participar dignamente da Ceia do Senhor agasalhando pecado no coração. Não podemos participar da Ceia dignamente hospedando no coração qualquer sentimento de hostilidade ou rancor pelos irmãos. A igreja precisa ser uma comunidade de santidade, amor e perdão, antes de ser uma comunidade de celebração.